terça-feira, 20 de novembro de 2012

Haicai?


Haicai, haikai, haiku surge durante o século XVII no Japão, sendo Matsuó Bashô (1644-1694) um dos principais haicaístas japonês. Grosso modo esta poesia é tradicionalmente constituída por 17 sílabas, com três versos: 1º e o 3º versos possuem cinco sílabas poéticas e o 2º verso contem sete sílabas.  O poema obedece a certo esquema para ter o sentido: o primeiro verso geralmente expressa o cosmo, uma circunstância eterna, absoluta; o segundo exprime o evento, o acontecimento, o acidente casual; o terceiro é o resultado, a interação entre o cósmico e o fato. O caráter central do haicai japonês está relacionado com a sensação e o fluxo das estações. A blogueira e haicaísta Marli Borges nos da um exemplo:

Com tantos barcos
nem posso ver o lago -

Fim de verão.


Por volta das décadas de 1930 e 1940, o autor Guilherme de Almeida foi quem tornou o haicai conhecido no Brasil (não quer dizer que foi o primeiro autor a escrever haicais no Brasil). Millôr Fernandes (1923-2012) e principalmente Paulo Leminski (1944-1989) foram grandes escritores de haicais e responsáveis pela “popularização” desta poesia no Brasil. Masuda Goga é um grande hacaísta, pesquisou a aclimatação do haicai no Brasil e criou, no final da década de 1980, um núcleo de produção de haicai tradicional japonês, portanto Goga buscou fazer haicais com as características japonesas. Segundo Franchetti atualmente, no Brasil, coexistem e estão ativas as várias ver­tentes do haicai brasileiro: a tradicionalista, a de inspiração zen, a fi­liada a Guilherme de Almeida, a epigramática e a de matriz concre­tista.
Nós do haicaiZine fazemos haicais de forma “livre”, normalmente não obedecemos a forma tradicional do haicai japonês com 17 sílabas, mas sempre buscamos fazer os três versos que é ,para nós, o mais marcante desta poesia. Os haicais representam uma forma simples, curta e objetiva de retratar (ou de tentar) o cotidiano, as coisas simples da vida, sendo também uma válvula de escape onde expressamos nossos sentimentos momentâneos (amor, paz, raiva, revolta, alegria, etc) no e do presente.

domingo, 18 de novembro de 2012

Haicai Drops

BREJO DO ESQUECIMENTO

A minha memória
E a lagoa que via na infância
em parte cobertas



Haicai de um amigo querido de SP, Márcio Sena.