Haicai, haikai, haiku surge durante
o século XVII no Japão, sendo Matsuó Bashô (1644-1694) um dos principais
haicaístas japonês. Grosso modo esta poesia é tradicionalmente constituída por
17 sílabas, com três versos: 1º e o 3º versos possuem cinco sílabas poéticas e
o 2º verso contem sete sílabas. O poema
obedece a certo esquema para ter o sentido: o primeiro verso geralmente
expressa o cosmo, uma circunstância eterna, absoluta; o segundo exprime o
evento, o acontecimento, o acidente casual; o terceiro é o resultado, a
interação entre o cósmico e o fato. O caráter central do haicai japonês está
relacionado com a sensação e o fluxo das estações. A blogueira e haicaísta
Marli Borges nos da um exemplo:
Com tantos barcos
nem posso ver o lago -
Fim de verão.
Por volta das décadas de 1930 e 1940,
o autor Guilherme de Almeida foi quem tornou o haicai conhecido no Brasil (não
quer dizer que foi o primeiro autor a escrever haicais no Brasil). Millôr
Fernandes (1923-2012) e principalmente Paulo Leminski (1944-1989) foram grandes
escritores de haicais e responsáveis pela “popularização” desta poesia no
Brasil. Masuda Goga é um grande hacaísta, pesquisou a
aclimatação do haicai no Brasil e criou, no final da década de 1980, um
núcleo de produção de haicai tradicional japonês, portanto Goga buscou fazer haicais
com as características japonesas. Segundo Franchetti atualmente, no Brasil, coexistem e estão ativas as várias vertentes do
haicai brasileiro: a tradicionalista, a de inspiração zen, a filiada a
Guilherme de Almeida, a epigramática e a de matriz concretista.
Nós do haicaiZine fazemos haicais de forma “livre”, normalmente não obedecemos a forma tradicional do haicai japonês com 17 sílabas, mas sempre buscamos fazer os três versos que é ,para nós, o mais marcante desta poesia. Os haicais representam uma forma simples, curta e objetiva de retratar (ou de tentar) o cotidiano, as coisas simples da vida, sendo também uma válvula de escape onde expressamos nossos sentimentos momentâneos (amor, paz, raiva, revolta, alegria, etc) no e do presente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário